ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 110-2


Poster (Painel)
110-2MICROBIOTA FECAL DE MORCEGOS (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) REFUGIADOS SOB EDIFICAÇÕES INDUSTRIAIS DE DOIS MUNICÍPIOS ALAGOANOS
Autores:Brito, A.C. (UFAL-ICBS - Universidade Federal de Alagoas, Inst.Ciênc.Biológicas) ; Silva, A.L.S. (UFAL-IQB - Universidade Federal de Alagoas, Inst.Quím. e Biotecnologia) ; Lopez, A.M.Q. (UFAL-IQB - Universidade Federal de Alagoas, Inst.Quím. e Biotecnologia)

Resumo

Com o avanço da urbanização para áreas outrora rurais, quirópteros (morcegos) fitófagos e insetívoros têm buscado abrigar-se sob telhados das novas edificações de uso coletivo, em especial aquelas revestidas por forros de cloreto de polivinila. Isso conduz a um maior contato de humanos com o odor desagradável e os microrganismos presentes nos dejetos desses animais, ocasionando possíveis infecções e reações alérgicas e irritantes. Uma indústria petroquímica instalada nos municípios alagoanos de São Miguel dos Campos e Pilar, consciente do fato e com autorização e apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, passou a subsidiar projeto de captura e transferência de morcegos refugiados sobre os forros de seus centros administrativos, e antes da efetiva limpeza e vedação desses ambientes, favoreceu a coleta do material fecal ali presente visando avaliar, conforme legislação vigente, seu perfil microbiológico. De cada “pool” de amostras fecais pastosas e líquidas, alíquotas de 1 mL foram diluídas em 19 mL de água destilada esterilizada (ADE), enquanto das amostras sólidas suspendeu-se 1g em 20 mL de ADE, sendo tais suspensões diluídas em série (10-1, 10-2 e 10-3 v/v), e alíquotas de 0,1mL das mesmas inoculadas (triplicatas) em meios Agar-Sabouroud (AS), Agar Nutriente (AN) e Eosina-Azul de Metileno (placas de Petri,Θ =10 cm). Após 48-144 h de incubação (33 ±1ºC, escuro, aerobiose ou não), efetuou-se a quantificação das colônias totais, com posterior repicagem individual e incubação destas sob as mesmas condições antes dos testes de identificação morfológica (Colorações de Gram, Verde de Malaquita, Algodão Azul de lactofenol) e bioquímica (sistemas API 20E/API 20NE, Biomerieux®). Em caso de dimorfismo das colônias fúngicas, avaliou-se seu crescimento leveduriforme. Para todas as diluições constatou-se que o número de colônias aumentou com a solidificação das amostras. Naquelas de fezes líquidas e pastosas de 2008, estavam presentes Pseudomonas sp, Alcaligenes sp, Staphylococcus sp, Streptococcus faecalis e Blastomyces sp, enquanto nas de 2010 e 2012 a diferença foi a ausência do último. Já nas fezes sólidas colhidas em 2008, ocorreram Escherichia coli e S. faecalis e os fungos Trichoderma viridae, Curvularia sp. e Blastomyces sp, enquanto nas de 2010 e 2012, os mesmos microrganismos, exceto Blastomyces sp, estavam presentes além de Acinetobacter sp, Alcaligenes sp, Citrobacter sp, Enterobacter cloacae, Klebsiella oxytoca, Proteus sp, P. putida e Mucor sp.


Palavras-chave:  alergia, infecção, microbiota intestinal, quirópteros, fezes